O Vale do São Francisco, com 120 mil hectares irrigados, já é responsável por 42% das exportações de frutas do País, negócio que movimenta R$ 800 milhões por ano. A região responde por 97% das uvas e 95% das mangas vendidas ao exterior. Emprega 240 mil pessoas. Por outro lado, sabe-se que, com a transposição das águas do São Francisco, projeto do Governo Federal, essa irrigação em vigor poderá atingir 800 mil hectares, aproveitando-se apenas águas que estão se despejando no mar. Ou seja, podemos transformar a Região Nordeste do Brasil, hoje problemática e carente, na nova Califórnia brasileira.
Como brasileiro, mato-grossense e com formação cultural na área da Geografia, à vista das pesquisas realizadas mostrarem que o projeto em nada afetará o equilíbrio ecológico do Nordeste, entendo que compete à mídia, ao Governo Federal e, em especial, aos políticos nordestinos tentarem explicar para o povo brasileiro o porquê da ausência de debates sobre essa importante matéria. Talvez o Brasil político e econômico tenha medo de que a realização desse projeto e as suas vantagens possam representar o grande passo para a independência econômica e financeira do Nordeste. E, em consequência, para a libertação do povo nordestino do coronelismo político ali vigente e também das eventuais explorações da sua mão de obra por parte de outras regiões.
Domingos Sávio de Arruda
Asa Norte
Jornal de Brasília - DF 25/07/09
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