quarta-feira, 29 de julho de 2009

ESTUDO ANALISA CUSTOS SOBRE A PRODUÇÃO DA BORRACHA NATURAL


A exploração da seringueira ao preço de R$ 1,05 não oferece atratividade como uma opção de negócio. A conclusão consta do estudo “Análise do Benefício/Custo da Produção de Borracha em Diferentes Produtividades e Sistemas de Sangria”, elaborado pelo pesquisador Adonias de Castro Virgens Filho para subsidiar a CEPLAC no debate de proposta da Política de Garantia de Preços Mínimos para a Borracha Natural que vai acontecer na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Borracha Natural às 9 horas desta quinta-feira, 30, no auditório Hélio Reis de Oliveira, do Centro de Pesquisas do Cacau, na Superintendência da CEPLAC no Estado da Bahia, na rodovia Ilhéus – Itabuna.
No estudo, o representante da CEPLAC na Câmara Setorial, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, argumenta que o investimento em novos seringais só oferece atratividade nas condições atuais em sistemas agroflorestais (SAFs), tendo em vista o acréscimo de renda do cultivo consorte. “Levando-se em conta o caráter econômico, social e ambiental que a heveicultura apresenta e tendo em vista a situação conjuntural do mercado da borracha e o fato dos investimentos em seringueira serem de longo prazo, torna-se necessária a aplicação de uma política agrícola para o setor que equacione o problema”, aduz.
A análise conduzida por Adonias Castro Filho informa que em contraste com a queda no preço da borracha natural, os custos de produção vêm se elevando, sendo o salário mínimo de R$ 465,00 – equivalentes a US$ 250,00, na cotação da moeda americana a R$ 1,85 –, superior ao dos demais países produtores. Somam-se a este custo, os elevados encargos sociais, além de tributos que oneram a cadeia produtiva da borracha dentro e fora da sua atividade (ICMS, PIS, COFINS e IR). Cita que, entre os meses de novembro de 2008 e fevereiro de 2009, o preço do Granulado Brasileiro Escuro 1 (GEB – 1), equivalente ao Standard Malaysian Rubber (SMB 10), caiu de R$ 5,47 para R$ 3,45, o que motivou queda de preço do coágulo de campo com 57% de DRC (conteúdo de borracha seca), o qual passou de R$ 2,20/kg para R$ 1,05/kg.
A seringueira tem sido difundida no Brasil como uma importante alternativa geradora de trabalho e renda e com um forte apelo ambiental, principalmente quando explorada em sistemas agrícolas que permitem a recomposição de áreas desmatadas, muitas vezes em estado de degradação. O crescimento do consumo de pneumáticos e de artefatos tem motivado investimentos no setor industrial, o que tem contribuído para um aumento expressivo no consumo de borracha natural. Esse fator, aliado à demanda crescente do produto no mercado mundial, tem estimulado a expansão da seringueira no país, sendo isso motivado pela rentabilidade que o negócio apresentava, até tempo recente.
Na atualidade, a queda acentuada dos preços no mercado tem provocado uma análise mais profunda sobre a rentabilidade da seringueira, trazendo à tona a discussão sobre as medidas que possam ser desenvolvidas visando à convivência com essa crise, que tem afetado fortemente o setor primário da borracha. A defasagem dos preços e a elevação dos custos de produção motivaram a paralisação da exploração pelos seringalistas pela falta de retorno econômico, o que acabou gerando aumento do desemprego nas principais regiões produtoras de borracha natural do País.
As plantações que se encontram em fase de exploração e ainda comercializam a borracha com o preço de mercado atual têm acumulado receitas negativas, sobretudo quando as suas produtividades não são elevadas. No trabalho, o pesquisador Adonias de Castro Virgens Filho apresenta informações sobre o custo da borracha, considerando o investimento em diferentes taxas de juros de um seringal em monocultivo com produções elevadas e, em outro cenário, o custo de seringais em fase de exploração, levando em conta diferentes sistemas de exploração e níveis de produtividade.
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Borracha Natural foi instalada em 5 de agosto de 2005, na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo, capital. O GT que vai se reunir no Sul da Bahia foi constituído durante reunião ordinária no dia 2 de abril passado, em Brasília, é coordenado pela Associação Paulista dos Produtores e Beneficiadores de Borracha (APABOR) e integrado pela CEPLAC, CONAB, FAMATO, HEVEACCOP e SPA/MAPA, tendo como missão discutir os mecanismos existentes e a melhor forma de garantir o preço mínimo considerando a adequação à realidade do setor.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA CEPLAC
terça-feira, 28/7/2009

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