sábado, 11 de abril de 2009

O CACAU NA BAHIA

Eduardo Mamédio

O cacau foi introduzido no sul da Bahia em meados do século XVIII, e logo se adaptou à região, convivendo muito bem com a vegetação nativa.
A região cacaueira do Sul da Bahia teve o seu desenvolvimento alicerçado na economia do cacau. Ao longo do século passado, esta lavoura contribuiu para a geração de riquezas, sustentando a economia de 102 municípios, e em certo momento como o principal participante da economia do estado.
A produção da Bahia já se aproximou de 400 mil toneladas na década de 80, dominou 95% da produção nacional e chegou a exportar mais de U$ 1 bilhão em sacas do porto de Ilhéus, mas vivenciou uma queda abrupta em 68% entre as safras de 1980/81 e 1999/00, atingindo, neste último ano, seu menor volume de produção, reduzida a 96 mil toneladas (CEPLAC, 2006). O fato desencadeador da queda e que ainda marca como principal preocupação dos produtores foi a contaminação das plantações com o fungo Moniliophthora perniciosa, conhecido como vassoura-de-bruxa, em 1989. Acentuaram o movimento negativo, o baixo preço internacional do cacau comercializado na bolsa de Nova York e um período de poucas chuvas na região.
Da safra crítica de 1999/00 até anos recentes a produção tem sido retomada, resultado de intervenções em defesa dos agricultores por parte do governo do estado e outras instituições como a Ceplac – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – e o Instituto Biofábrica e Cacau, criado em 1999. Convivendo ainda com a vassoura-de-bruxa, a safra de 2003/04 produziu 144.195 toneladas e foi projetada uma meta de produção em 340 mil toneladas a partir de 2013 (SEAGRI, 2005).
A recuperação da cacauicultura baiana necessita de medidas de recapitalização da classe produtiva via linha especial de créditos, para que se possa aplicar toda a tecnologia hoje disponível lançando mão de práticas que sejam sustentáveis do ponto de vista sócio-econômico e ambiental, haja vista que algumas práticas simplistas antes recomendadas, como a remoção de partes vegetativas e frutos, e aplicação de fungicida, no caso o cobre, não levaram a retornos adequados em situações onde existia alto índice de infecção das plantas e frutos, e baixa produtividade.
Nesse contexto, a busca pela manutenção da lavoura e aumento de produtividade estão baseadas no manejo cultural com práticas agrícolas fundamentadas no conhecimento dos agricultores e nas pesquisas desenvolvidas pela Ceplac e por outras instituições públicas e privadas, que lutam pela recuperação da região cacaueira. Estas práticas consistem no manejo integrado de pragas e doenças, utilização de enxertia com material resistente à vassoura-de-bruxa e autocompatível, controle de plantas espontâneas, calagem e fertilização, além da poda racional, que se tornam o alicerce de uma nova cacauicultura que está cada vez mais forte e segura nos seus propósitos. Ver mais

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"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, e depois perdem o dinheiro para a recuperar. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro.
Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido..." (Confúcio)

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