segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CACAU MOSTRA SINAIS DE SUSTENTAÇÃO


De São Paulo
Entre as chamadas "soft commodities", negociadas na bolsa de Nova York e com produção brasileira relevante, o cacau é o que mostra comportamento de preços mais comedido neste ano. Sinais variados de sustentação da demanda, contudo, fazem com que a amêndoa seja a que menos se desvalorizou desde os picos de preços atingidos pelas commodities em meados de 2008. Das "soft", só o açúcar subiu desde então.
Na sexta-feira, os contratos de cacau com vencimento em dezembro fecharam em baixa de US$ 22 na bolsa de Nova York, a US$ 2.799. Com isso, a alta acumulada em 2009 dos contratos de segunda posição de entrega, normalmente os de maior liquidez, é de 5,34%, segundo cálculos do Valor Data. Café, suco e algodão têm altas no ano de 7%, 18,31% e 39,18%, respectivamente. O açúcar, campeão de desempenho, valorizou-se 96,75% em 2009.
Nos últimos 12 meses, em contrapartida, o preço da amêndoa acumula perda de apenas 5,63%, segundo o Valor Data. A queda é bem mais modesta que as de café, suco e algodão, que, no mesmo período, se desvalorizaram 17,42%, 15,93% e 17,40%, respectivamente. O açúcar, com alta de 60,16% acumulada nesses 12 meses - movimento fortemente ligado à perspectiva de redução da oferta pela Índia, segundo maior produtor mundial, que enfrenta problemas de falta de chuvas -, é a única das "soft commodities" com desempenho melhor que o do cacau.
Como definiu à agência Dow Jones Newswires o gestor de portfólio James Cordier, da OptionSellers.com, o cacau tornou-se "o queridinho dos mercados de commodities em 2009". Para alguns analistas, a despeito das quedas recentes - foram quatro declínios nas cinco sessões da semana passada -, os fundamentos de oferta e demanda ainda fazem o preço apontar para o alto.
Na semana passada, em seu relatório trimestral, a Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês) reviu para baixo sua previsão de produção mundial, que deve atingir 3,45 milhões de toneladas na safra 2008/09, que termina em setembro. O volume é 7% menor que o do ciclo anterior.
Outro fator "altista" apontado pela entidade foi a projeção de déficit entre produção e processamento. O déficit agora previsto é de 73 mil toneladas, número menor que o projetado no relatório anterior, de maio, mas ainda superior ao déficit de 62 mil toneladas da safra 2007/08. (Patrick Cruz).
Fonte: Valor Econômico-SP, 31/08/2009

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